A integração desta variante do basquetebol no programa olímpico já para 2020, anunciada em 2017, levou a uma maior aposta da Federação Portuguesa de Basquetebol.

O crescimento do basquetebol 3×3 em Portugal, com um bronze nos Jogos Mediterrâneos e um quarto lugar da Universidade de Aveiro nos Jogos Europeus Universitários, tem acontecido no último ano de olhos postos nos Jogos Olímpicos de Tóquio2020.

A integração desta variante do basquetebol no programa olímpico já para 2020, anunciada em 2017, levou a uma maior aposta da Federação Portuguesa de Basquetebol, que enviou uma primeira seleção a uma prova internacional no mês passado, aos Jogos do Mediterrâneo, com a equipa feminina, treinada por Américo Santos, a vencer uma medalha de bronze.

Nos Jogos Europeus Universitários, a decorrer em Coimbra até 28 de julho, a equipa feminina da Universidade de Aveiro foi às meias-finais e acabou por terminar no quarto lugar, com a Universidade do Porto (UP), orientada pelo selecionador nacional, a terminar em oitavo.

A equipa aveirense queria divertir-se e “poder jogar junta”, mas “o nível de competição muito elevado e exigente” levava a pensar que “ganhar um jogo já seria muito bom”, disse à Lusa Susana Carvalheira, uma das atletas e estudante de Engenharia de Gestão Industrial.

Acabaram por vencer o grupo em que se inseriam e, nos quartos de final, eliminaram a UP para se colocarem “entre as quatro melhores equipas universitárias a nível europeu”.

“É muito bom e enche-nos de orgulho. Claro que não queríamos perder [nas meias-finais], queríamos ganhar uma medalha, mas elas eram melhores, ainda que tivéssemos dado tudo por tudo”, considerou.

Para já, Susana Carvalheira e as colegas de equipa querem “continuar no 3×3”, e a estudante já sonha com um título europeu, reconhecendo que a modalidade tem crescido em Portugal, mas precisa de mais incentivos.

Com 19 anos, joga 3×3 há cinco, e vê a modalidade a precisar “de publicidade e de apoios para crescer”, além de maior exposição nos órgãos de comunicação social, “não só na Internet, mas também mais atenção na televisão e nos jornais”.

“Se as pessoas nunca lerem e não tiverem oportunidade de saber o que se faz, a modalidade nunca cresce”, atirou.

A equipa da UP, que encerrou a prova masculina no 15.º lugar e a feminina no oitavo posto, registou “a melhor classificação de sempre” em provas europeias universitárias, contou à Lusa o treinador-adjunto, Norberto Pinto.

Contra um “poderio físico difícil de combater” das equipas estrangeiras, as equipas “usaram as armas que tinham e estiveram todos muito bem, estão de parabéns”, deixando razões para ser otimista para o Europeu de 2019, que o Porto vai receber.

Atribuído em 2016 à UP, ao Instituto Politécnico do Porto e à Federação Académica do Porto, o evento vai para a quarta edição e pode ajudar a apresentar a modalidade a potenciais praticantes, por se realizar em Portugal, que nunca participou em Mundiais ou Europeus da Federação Internacional de Basquetebol (FIBA).

“O 3×3 não é conhecido em Portugal, tornou-se agora modalidade olímpica. A preparação está a ser feita para a seleção portuguesa chegar lá”, apontou.

Além da criação das seleções nacionais, a Federação Portuguesa de Basquetebol tem um projeto em parceira com o Desporto Escolar, que visa a prática do 3×3 no ensino básico, e várias instituições de ensino superior têm apostado na modalidade, entre elas a UP, que chegou a participar na Liga Mundial universitária, mas também Aveiro, Coimbra, Minho e na Nova de Lisboa, entre outras.

“Está a ser feito um trabalho para ir aos próximos Jogos. É uma modalidade já com peso. Não cá, mas a federação, treinadores e equipas estão a fazer o esforço para que isso seja mais globalizado, desde o distrital a nacionais, havendo mais recrutamento, mais trabalho do 3×3 desde a formação, transformando-o num jogo como o 5×5”, destacou.

Norberto Pinto concorda que “falta divulgação” ao desporto, até porque “pouca gente sabe que será um desporto olímpico”, mas a criação de “torneios oficiais da federação e captação nos distritos” pode ajudar a alargar o conhecimento de uma modalidade que descreve como tendo “intensidade elevada num jogo muito mais físico”.

A quarta edição dos Jogos Europeus Universitários decorre até 28 de julho e traz 13 desportos diferentes a Coimbra, com a participação de cerca de 4.500 atletas – a sua maioria campeões nacionais universitários nas 13 modalidades em competição, entre eles cerca de 450 portugueses -, de 295 universidades de 40 países.

Link do artigo: https://desporto.sapo.pt/modalidades/basquetebol/artigos/basquetebol-3×3-cresce-em-portugal-a-pensar-nos-jogos-olimpicos-de-2020